Roque
Passos
A
chuva que cai agora
Seca
por tanto egoísmo.
O
vento frio que vem com ela
Não afeta o meu corpo,
Protegido
por um velho
Mas
aconchegante agasalho de indiferença.
Talvez
não seja um vento tão frio.
É
apenas uma leve brisa.
Leve,
mas com um poder assustador.
Capaz
de intensificar a frieza
Da
alma que habita o meu corpo.
Os
sorrisos não mais me encantam,
As
palavras não me convencem,
Os
abraços não me comovem.
Vivo
a canção do Arnaldo:
Suplico
um sentimento qualquer.
Qualquer
um
Que
me leve a me encantar com os sorrisos,
Mesmo
que sejam falsos;
Iludir-me
com as palavras,
Maliciosamente
escolhidas.
Um
sentimento que me faça de novo ter sonhos,
Acreditar
nas pessoas,
Ser
ingênuo, tolo, emotivo... humano.