domingo, 9 de setembro de 2012

A verdade da Chuva


Roque Passos

A chuva que cai agora
Não consegue molhar a Terra,
Seca por tanto egoísmo.
O vento frio que vem com ela
 Não afeta o meu corpo,
Protegido por um velho
Mas aconchegante agasalho de indiferença.
Talvez não seja um vento tão frio.
É apenas uma leve brisa.
Leve, mas com um poder assustador.
Capaz de intensificar a frieza
Da alma que habita o meu corpo.
Os sorrisos não mais me encantam,
As palavras não me convencem,
Os abraços não me comovem.
Vivo a canção do Arnaldo:
Suplico um sentimento qualquer.
Qualquer um
Que me leve a me encantar com os sorrisos,
Mesmo que sejam falsos;
Iludir-me com as palavras,
Maliciosamente escolhidas.
Um sentimento que me faça de novo ter sonhos,
Acreditar nas pessoas,
Ser ingênuo, tolo, emotivo... humano.


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Eu sou


Sou o vento intempestivo
Que sabe impingir implacávelmente a sua força.
Sou o vento impetuoso
Que acaricia as flores com ternura,
Beija com carinho os rostos cedentos de amor e paz.
Sou os raios de Sol
Que iluminam os escuros e profundos poços das almas solitárias,
Derretem as geleiras, aquecem os corações que acreditam no amor.
Sou um filho do Cosmo, partícula sublime da Mãe Terra,
Que busca através dos erros, aprimoramento dos acertos,
Descobrir, entender e cumprir o dom que A Sabedoria Suprema do Universo
Me concedeu: viver.