R. Passos
Quando
tento não pensar tanto, tudo conspira para que eu lembre ainda mais de você.
A
notícia no horário do almoço mostra seu prato preferido.
A
comida dos Deuses brilha em um Diamante, deixando em minha boca o sabor de um beijo
que nunca te dei.
Tenho
me esforçado, mas a Marisa me lembra que você me tirou de um mundo de solidão,
onde tudo e todos eram chatos, e fez brotar em mim um sentimento que já não
tinha esperança de voltar a ter.
Olho
as garotas rindo na praça e invejo sua amiga Protetora, que tenta te levar para
o mundo da razão.
Ela
pode desfrutar da sua companhia, dos seus sorrisos e do calor do seu abraço.
Imagino
o mar quebrando aos nossos pés e o luar feito especialmente para nós.
Meu
coração bate mais forte, ao ouvi a Vanessa lembrar que não é fácil gostar de
alguém que não é seu.
Sinto-me
na ilegalidade, tomado por um desejo insensato e arrebatador.
Desespero-me,
cruzei a fronteira proibida e sei que não há como voltar.
Vanessa
deixa de ser uma cúmplice perfeita: lembra o tempo todo que somos Ilegais.
Se a
ilegalidade se traduz no que sentimos, declaro-me culpado e feliz.
Sinto
saudade das loucuras que não fizemos no Morro de Pernambuco e do sorvete que
não tomamos no Jequitibá.
Não resisto
e ligo mais uma vez.
Ouço
sua voz, então compreendo que o que temos não é o quanto desejo,
Mas
já é o bastante para me fazer momentaneamente feliz.